quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Piometria em cadelas


O que é a piometra?


O termo Piometra, se divido em duas palavras de origem, Pio significa pus e Metra significa útero. Piometra é uma infecção bacteriano que ocorre no endomédio (tecido que reveste a parede interna do útero) das cadelas devido a um estímulo hormonal prolongado.

Tal invasão bacteriana é facilitada pelo acúmulo de líquido no lúmen uterino e as gtrais, em conjunto com da diminuição da contratilidade do miométrio que é causada pelo hormônio progeslândulas endometerona.

As bactérias que estão no útero podem passar pela corrente circulatória e se instalar nos rins. É essa debilitação nos rins que geralmente leva as cadelas à óbito.

A progestrona provoca uma diminuição das defesas naturais do útero, fazendo com que este fique mais susceptível a infecções de bactérias que habitam normalmente a vagina e que “sobem” através do cervix para o útero infectando-o. Dentro destas bactérias, a E. coli é a bactéria que mais vezes causa piometra.

Como as concentrações sanguíneas de progestrona nunca são tão elevadas e frequentes nas gatas como nas cadelas, a piómetra é mais frequente nas últimas, embora as gatas também possam sofrer da doença.

Animais que tenham sofrido administração de medicamentos abortivos baseados em estrogéneos (injecções abortivas) ou anticoncepcionais baseados em progestrona (pílulas) são muito mais predispostos a piómetra. Nunca administre estes medicamentos aos seus animais.

A piometra pode levar à ruptura do útero pondo em risco a vida do seu animal, tal como a ruptura do apêndice nas pessoas. Embora sendo raro pode existir piometra num corno uterino e gravidez no outro.


Ela pode ser aberta ou fechada:


Aberta – Ocorre com a presença de corrimentos vulvares purulentos, geralmente após 2 meses que a cadela entrou no cio.

Fechada (colo uterino fechado) – Nesse caso, o processo infeccioso é muito silencioso porque não há o corrimento, o que pode ser mais perigoso, já que o dono muitas vezes só percebe a doença quando ela está em um estágio mais avançado.

Sintomas:


Os sintomas são semelhantes, mas variam de acordo com a abertura da cérvix, se esta permanecer fechada, não apresentará secreção vaginal, mas sim, sintomas sistêmicos como: vômito, depressão, distensão abdominal (como se estivesse prenhe), poliúria e polidipsia (aumento nas quantidade de vezes que urina), falta de apetite, etc - sinais de intoxicação. Se a cérvix encontra-se aberta, pode apresentar além dos sintomas sistêmicos descritos acima, secreção vaginal purulenta ou sanguinolenta. Devido ao fato das cadelas apresentarem corrimento sanguinolento durante o cio, e da piometra estar relacionada ao mesmo, muitas vezes a secreção vaginal da piometra é confundida com a continuação do cio, ou até mesmo que a cadela tenha entrado novamente no cio (antes dos 6 meses - cadelas ciclam semestralmente e gatas não apresentam sangramento no cio).

Diagnóstico:

O diagnóstico da piometra é feito baseado na história, sinais clínicos e resultados de exames. O resultado do hemograma geralmente é compatível com infecção (aumento de células de defesa) podendo revelar anemia em casos crônicos. Os exames bioquímicos de função renal e hepática podem indicar envolvimento destes órgãos, principalmente alteração renal causado principalmente pela liberação de toxinas pelas bactérias do útero. Radiografia e ultra-sonografia abdominais também são importantes na confirmação do diagnóstico.

Tratamento:


O tratamento da piometra deve ser imediato e agressivo pois se trata de uma doença potencialmente fatal. Após estabilização da cadela ou gata com fluídos intravenosos e antibióticos, o tratamento definitivo pode ser efetuado. A cirurgia de ovariohisterectomia(remoção de útero e ovários) é o tratamento de escolha, sendo o mais seguro e eficaz, pois remove imediatamente a fonte do problema. A opção de tratamento clínico pode ser cogitada no caso de fêmeas com idade inferior a 6 anos e alto valor reprodutivo, que não esteja gravemente doente e que apresentem quadro de piometra aberta. Trata-se de um tratamento caro, feito com uso de drogas injetáveis (que estimulam esvaziando de conteúdo uterino) e acompanhamento quase que diário por parte do veterinário com auxilio de exames de sangue e ultra-sonografia, até a alta clínica que pode levar dias.



Prevenção:

A prevenção da doença é o cruzamento da cadela quando nova, mas este método não é muito eficaz. O único método 100% eficaz é a castração, que além de previnir o câncer de útero, previne contra várias outras doenças.

Câncer em cães: quais os tipos mais comuns e quais os principais sintomas?


Quais são os tipos de câncer mais comuns em cães?

Os cânceres, também conhecidos como neoplasias na veterinária, são mais comuns em fêmeas do que em machos, e os mais comuns são os de pele (carcinoma epidermoide), câncer de mama, câncer testicular. Além, é claro, dos cânceres internos em vários órgãos, como útero, ovários, baço, fígado e pulmões.


É possível prevenir o câncer canino?
Não há formas de prevenir o câncer canino, pois é uma predisposição genética, mas no caso de tumores do aparelho reprodutor, sim, é possível prevenir se realizada a castração antes do primeiro cio nas fêmeas ou antes da maturidade sexual nos machos.


Fêmeas que tiveram filhotes durante a vida têm menos chance de desenvolverem câncer?
O fato de ter ou não cria não influencia no aparecimento dos cânceres. Isso é um mito que vem de estudos na medicina humana, na qual mulheres com um filho ou mais têm menos chances de ter cânceres.

É mais fácil o cão ter câncer conforme ele for ficando mais idoso? O risco de desenvolver câncer tem algo a ver com idade, ou há cães filhotes que podem desenvolver a doença?
Com certeza a idade avançada favorece o aparecimento de cânceres, principalmente quando já se tem a predisposição genética para o problema.


Há alguma raça que tenha mais frequência de câncer?
Todas as raças estão susceptíveis ao problema, não tendo tanta predisposição racial, mas claro que alguns fatores físicos e anatômicos favorecem o problema, como uma pelagem clara pode ser mais susceptível ao câncer de pele.


Quais são os sinais de um câncer?
É muito difícil de identificar um câncer em fase inicial, por isso é recomendado levar o animalzinho periodicamente ao veterinário, que esse, sim, está habituado a constatar anormalidades e iniciar o processo de tratamento o quanto antes, evitando assim consequências graves que o problema possa trazer.


Como o câncer é diagnosticado?
O diagnóstico principal é baseado em exames laboratoriais, histopatológicos e punções e biopsias dos cânceres. Passando, claro, primeiro pelo diagnóstico clínico geral para solicitação de tais exames.


Como prevenir o câncer de pele em cães? Existem protetores solares específicos? Como deve ser a utilização?
Já existem no mercado alguns protetores solares específicos para cães, mas os custos ainda são muito altos. Diante disso, temos a opção de utilizar protetores solares humanos mesmo, passando principalmente na barriga e no focinho do animal sempre que ele for para área desprotegida e nos horários de maior incidência solar.


Como é feito o tratamento do câncer?

O tratamento é dividido em três partes: terapêutica, curativa e paliativa. Grande parte dos tumores tem uma solução cirúrgica que é a mais segura e eficaz; temos também para alguns casos a utilização da quimioterapia, que tem uma resposta variando de animal para animal, além do tratamento paliativo, que contorna os sintomas dos tumores, como inflamação, dor.


No caso de câncer no sangue, o cachorro faz quimioterapia, como os humanos? Como é o tratamento?
Nos cães também se utiliza a quimioterapia, mas em doses mais baixas e menos agressivas do que em humanos, pois na veterinária o intuito é de trazer qualidade de vida ao animal, e não buscar a cura por completo! Hoje em dia se consegue, sim, grandes resultados nos tratamentos dos cães com a quimioterapia e também com as cirurgias. Basta conseguir diagnosticar o problema o quanto antes possível.

Já obtive muitos resultados positivos com a quimioterapia e a remoção cirúrgica de tumores, e acredito que hoje a eutanásia – que era realizada quando se acreditava que o câncer era uma doença sem cura – esteja distante deste quadro, sendo somente praticada em casos extremos que chamamos de terminais, quando há presença de metástase do tumor para órgãos fundamentais do animal, como é o caso do pulmão.


*Fica o alerta a todos os proprietários que não têm intenção de cruzar seu animal para realizar a castração o quanto antes possível, para evitar na idade senil alguns problemas, como as neoplasias.

Dicas de prevenção do câncer em animais (Foto: Hospital Veterinário de Uberaba/Divulgação)
Dicas de prevenção do câncer em animais (Foto: Hospital Veterinário de Uberaba/Divulgação)