segunda-feira, 1 de abril de 2013

PIF ( Peritonite Infecciosa Felina)



Sem vacina segura, sem diagnóstico fiável e sobretudo sem cura, a PIF é a infecção mais mortífera nos gatos. Uma vez detectada, a esperança de vida restante do gato cai para 2 anos.

A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é causada por uma das dezenas variantes do coronavírus. Ela é a principal causa infecciosa de morte nos gatos. Ocorre quando o gato reage inadequadamente ao coronavírus. . A presença do coronavírus nos gatos é uma doença benigna, que geralmente não causa sintomas e que os gatos acabam por combater eficazmente através da ação do próprio sistema imunitário.Muitos gatos são simplesmente infectados, emitem (shed) o FCoV durante um ou dois meses, montam uma resposta imunitária, eliminam o vírus e vivem felizes para sempre. Na realidade, a maioria dos donos não chega a saber que o gato esteve infectado por este vírus. Contudo, em 1 a 3% desses casos, o coronavírus degenera numa variante imunomediada quase sempre letal.



PIF e o sistema imunitário

O desenvolvimento da PIF está intrinsecamente ligada ao estado em que se encontra o sistema imunitário. A PIF geralmente surge em gatos com um sistema imunitário deficitário: pouco desenvolvido em gatos jovens, até dois anos, enfraquecido em gatos idosos, com mais de 14, ou debilitado em gatos adultos, frequentemente devido ao stress.

Gatos com outras doenças que afectam o sistema imunitário, tais como leucemia (FeLV), ou uma espécie de SIDA (FIV) estão mais vulneráveis ao desenvolvimento da PIF.

Paradoxalmente, um sistema imunitário combativo não faz com que a progressão da PIF abrande, pelo contrário, vai gerar a aceleração da doença se esta já estiver instalada.


PIF e Portadores
Nem todos os gatos nos quais se verifica a presença do coronavírus desenvolvem sintomas. Em alguns, a doença manifesta-se meses ou anos após a infecção ocorrer e, durante este tempo, podem infectar outros gatos.

Os gatos que se encontram em risco são aqueles que convivem com gatos vadios e os que partilham a casa com outros gatos. Por gatos que convivem com felinos de rua não se entende gatos que são passeados. Mas são de facto os gatos que habitam sozinhos e que não saem de casa que menos riscos correm de desenvolvem esta doença.


Tipos de PIF
Existem dois tipos de PIF: a Húmida ou Efusiva e a Seca ou Não-Efusiva. Ambas podem causar diarreia, perda de peso e letargia. Na verdade a PIF não se trata de uma inflamação do peritoneu, mas sim de uma inflamação dos vasos sanguíneos, vasculite.

PIF Seca ou Não-Efusiva

A PIF Seca é uma forma crónica da doença que se não for tratada pode dar origem à variante húmida. É mais difícil de diagnosticar pois os sintomas que apresenta não são exclusivos desta doença.

Sintomas

Lesões ocorrem por todo o corpo e os sintomas variam de acordo com os órgãos afectados (rins ou fígado, por exemplo). Muitos gatos desenvolvem inflamações oculares e/ou problemas neurológicos, tais como paralisia ou ataques. Gatos com PIF Seca podem ainda desenvolver icterícia, ou seja, obterem um tom amarelado na pele, que é mais visível no nariz.

PIF Húmida ou Efusiva

Esta é a variante mais grave pois para além dos sintomas que são verificados na PIF Seca, há também acumulação de fluídos devido à danificação dos vasos sanguíneos.

Sintomas

Na maioria dos casos de PIF Húmida, 60 a 70%, há acumulação de fluídos no corpo, mais comummente no abdómen, o que gera um inchaço na zona abdominal. O mesmo pode acontecer na zona toráxica, o que pode causar problemas respiratórios adicionais.


Diagnóstico
A PIF é particularmente difícil de diagnosticar, já que outras doenças apresentam sintomas muito semelhantes. Só é possível obter um diagnóstico definitivo post mortem, ou ocasionalmente através de uma biópsia (porém, para que os resultados da biópsia sejam fiáveis, tem de haver uma inflamação piogranulomatosa visível, para a qual será necessário proceder a uma laparotomia). Apenas 18% das amostras enviadas para o nosso laboratório foram diagnosticadas como PIF. Visto que os gatos que se encontrem nestas condições são submetidos à eutanásia, torna-se absolutamente vital que a peritonite infecciosa felina seja diferenciada de outras doenças para as quais existe tratamento.

Métodos de diagnóstico:


Teste do coronavírus – este teste verifica se existem anticorpos do coronavírus presentes no gato. Mas a presença deste pode dever-se a qualquer outra variante do coronavírus que não seja PIF. Os anticorpos permanecem mesmo depois de o vírus desaparecer, ou seja, pode dar-se até o caso de o ter estado, e não estar actualmente, infectado com o coronavírus.
Polymerase Chain Reaction (PCR) – é uma das formas de detectar especificamente o PIF, mas podem ocorrer falsos positivos, pois a presença do vírus nem sempre indica doença.
Análises do fluído abdominal/toráxico / Raio-X – Só resulta nos casos de PIF Húmida
Análise de Células dos rins ou fígado – É feita com anestesia local através da aspiração. Pode ser indicativa no que diz respeito ao despiste de outras doenças.
Biópsia – é a única forma eficaz de diagnosticar PIF. Mas submeter um animal debilitado a uma operação para recolher amostras de um órgão é sempre arriscado. Muitos dos diagnósticos de PIF só são certificados por isso depois da morte do animal através de biópsia.
Combinação de análises de sangue – Esta é a forma mais útil, embora não seja 100% eficaz, a fiabilidade dos resultados é alta. Podem ser feitas várias combinações de valores. Um exemplo é: uma contagem baixa de glóbulos brancos, valores altos de globulina e um teste positivo a anticorpos do coronavírus geralmente apontam para um caso de PIF com bastante certeza.

Tratamento
Infelizmente não há tratamentos eficazes contra a PIF. Os gatos são assim medicados na tentativa de eliminar ou aliviar sintomas. Contudo, não há cura para a doença.


Eutanásia
Nos casos em que se manifestam sintomas e em que há um diagnóstico sólido, a eutanásia é praticamente inevitável. O tratamento pode resultar no alívio temporário dos sintomas, mas eventualmente a doença progride. Alguns gatos recuperam, mas os casos são raros e constituem a excepção à regra.

Antes de optar por esta solução tenha a certeza de que se trata de PIF, pois como foi referido anteriormente, nem todos os coronavírus causam PIF.


Prevenção
Ainda não é claro como é que o coronavírus é transmitido entre gatos, mas sabemos que o vírus sobrevive durante 3 semanas a temperatura ambiente e que as secreções são um foco infeccioso. Pensa-se que os principais meios de transmissão sejam a ingestão de fezes e os espirros.

Existe alguma controversa em relação a casos de diagnóstico positivo em gatos que partilham a casa com outros felinos. Por um lado, para evitar a propagação do vírus a outros gatos, geralmente aconselha-se o isolamento do gato infectado dos outros, mas isto provoca stress no gato e acelera a doença. Sem forma de despistar a PIF de forma segura nos outros gatos, estes já podem estar também infectados.

Por outro lado, se decidir manter os gatos juntos, a probabilidade de virem todos a desenvolver PIF e terem todos o mesmo destino, a eutanásia ou morte, é significativa. Aconselhe-se com o seu veterinário sobre a melhor forma de lidar e conter a doença.

A PIF não é transmissível a humanos ou outros animais não-felinos, embora também se possa encontrar o coronavírus nos humanos, por isso nunca isole o gato com PIF dos humanos ou outros animais tais como os cães.

A higiene é a mais importante arma contra esta doença. O coronavírus está presente nas fezes dos gatos e a caixa de areia deve ser limpa diariamente. Um desinfectante comum é suficiente para erradicar o vírus.

A par destas precauções, certifique-se de que o gato se sente bem na sua casa com a sua família. Gatos em stress estão mais vulneráveis à PIF e a qualquer outra doença.

Existe uma vacina no mercado, mas por ser recente, ainda não é clara a sua eficácia. Estudos apontam em direcções diferentes, por isso siga o conselho do seu veterinário em relação a este assunto. Geralmente só é aconselhada a administração da vacina em gatos que vão viver em casas onde o vírus esteve presente ou em animais em contacto com gatos vadios.

A peritonite infecciosa felina (PIF) é a principal causa infecciosa de morte nos gatos. Ocorre quando o gato reage inadequadamente ao coronavírus. Muitos gatos são simplesmente infectados, emitem (shed) o FCoV durante um ou dois meses, montam uma resposta imunitária, eliminam o vírus e vivem felizes para sempre (ver Como eliminar o FCoV de um gatil.No entanto, por razões que ainda não conseguimos entender totalmente, em vez de se libertarem do FcoV, alguns gatos têm a infelicidade de desenvolver a PIF

O nome PIF é um pouco enganador: não se trata de uma inflamação do peritoneu (tecido interior que forra a cavidade abdominal), mas sim de uma vasculite(inflamação dos vasos sanguíneos). Os sintomas que o gato desenvolve dependem dos vasos sanguíneos danificados e também dos órgãos por eles alimentados.



PIF húmida ou efusiva
Esta é a forma mais grave da doença, em que muitos vasos sanguíneos são gravemente danificados e há acúmulo de líquido no abdómen e no tórax. Quandos os vasos sanguíneos do abdómen são afectados, a barriga do gato incha devido à acumulação de líquido (ascite). Quando são afectados os vasos sanguíneos do tórax, dá-se uma acumulação de líquido no peito, que impede os pulmões de se expandir e dificultam a respiração do gato.



PIF seca ou não-efusiva




É a forma mais crónica da doença. O gato normalmente tem sintomas vagos, tais como falta de apetite, perda de peso, pelagem com pouco brilho. Muitos gatos com PIF seca tornam-se ictéricos. Quando se olha para as pálpebras, estão amarelas. Se o nariz do gato é claro, também ele fica amarelo. Em muitos casos, aparecem marcas nos olhos, geralmente na íris (a parte colorida do olho, em torno da pupila) muda de cor e algumas partes podem ficar castanhas (ver fotos)




Pode haver sangramento dentro do olho, ou aparecimento de depósitos brancos na córnea (a membrana transparente na superfície anterior do globo ocular).

Para os veterinários: façam um exame de visão com um oftalmoscópio para detectar clarões de luz no vítreo (vitreous flare) ou oclusão da veia central da retina (retinal vessel cuffing) (ver foto em baixo).



Cerca de 12% dos gatos com PIF não-efusiva desenvolvem sintomas neurológicos: ataxia (desequilíbrio, descoordenação motora), podendo ter também tremores de cabeça, convulsões, o olhar pode deslocar-se em direcções diferentes sem focarem um ponto definido.


Fonte: http://www.dr-addie.com/Portuguese/whatisFIPport.html
http://arcadenoe.sapo.pt/article.php?id=436

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