“Uma pessoa pode aprender muito com um cão, mesmo com um cão maluco como nosso”. John Grogan
Você já imaginou que alguns momentos vividos com o seu animal dariam um filme, não é? Sem grandes pretensões, o jornalista americano John Grogan e o seu labrador, Marley, concretizaram essa vontade. Todas as confusões, demonstrações de afeto, aventuras e companheirismo foram parar nas páginas de um jornal, viraram livro e em dezembro de 2008, estreou nos cinemas do mundo inteiro.
O filme arrecadou 37 milhões de dólares apenas nos três primeiros dias de exibição e encontrou na simplicidade e até na fórmula batida – família mais cachorro brincalhão – um público tão fiel quanto o protagonista de quatro patas.
O livro virou best seller mundial, milhares de pessoas encantaram-se pelo “pequeno” labrador amarelo de quase 40 kg e todas as suas peripécias, mas será que além de nos entreter, podemos aprender algumas lições com esse fenômeno?
Lições
A relação da família Grogan com Marley envolveu temas importantes para a causa animal. Difundida pelo cinema, se torna uma ótima ferramenta capaz de gerar conscientização até numa roda de conversa entre amigos.
A começar pelo Marley filhote...
Quem nunca se encantou por um filhotinho? Esse querer é fácil, mas ter um bicho de estimação exige planejamento. O lado racional deve entrar em ação para evitar que compras ou adoções sejam por um simples impulso. Recém-casados costumam buscar no animal um aquecimento para uma futura gestação. A tentativa é válida se o ato é acompanhado de um
compromisso por toda vida.
Primeira dica: milhares de animais tão belos e charmosos como o Marley aguardam uma chance na fila de adoção. Antes de comprar um animal, pense nisso!
Marley chega em casa...
A surpresa fica por conta do comportamento dele. Chora para dormir, destrói móveis, come sapatos, faz xixi no lugar errado e corre atrás de qualquer cachorro na hora de passear!
Segunda dica: peça ajuda a um adestrador, juntos poderão iniciar o processo de educação e tranqüilizar toda família. Essa é uma grande demonstração de carinho, no melhor estilo “quem ama educa”.
“O Jimi chegou a ponto de arrancar pedaços da escada. Além do adestramento, o veterinário nos indicou a castração. Hoje ele continua brincalhão, passeamos duas vezes por dia, e ele não destrói mais a casa”, recorda Mauro Estevam, dono do labrador - hoje com 4 anos.
A castração...
Marley tinha 7 meses quando a castração foi indicada pelo veterinário. Apesar do receio de John, era o melhor a ser feito, pois o animal se atracava em tudo e todos, inclusive durante as reuniões sociais.
Terceira dica: Castrar o animal é um dos principais métodos para controlar a super população e o abandono. Em São Paulo, uma lei determina que todos os animais colocados para venda ou adoção sejam castrados.
Amor e compreensão...
“Ele me ensinou sobre a amizade e o altruísmo e, acima de tudo, sobre lealdade incondicional” trecho do livro Marley e Eu.
Com os nossos Marley’s nós também aprendemos, nos emocionamos, damos risadas, pensamos em desistir, lutamos, ficamos bravos, mas no fim sabemos que a família não seria a mesma sem eles. Talvez seja esse o maior mérito de Grogan, retratar uma realidade tão próxima a nossa.
Marley velhinho...
O ativo labrador também começa a se cansar. A escada se torna um grande obstáculo e as antigas farras começam a ficar para trás.
Quarta dica: para os cachorros o tempo é mais rápido. Observe seu comportamento, falta de ânimo para passear, dificuldade em subir escadas, entrar no carro e etc. Não pense que é falta de vontade, ele está com dor e pode estar algum problema, como a artrose.
O adeus...
Apesar do filme não mostrar, Marley vinha de uma seqüência de problemas mais sérios, como torções gástricas, comum em animais do porte do labrador e a artrose que limitava a sua espontaneidade.
Com essas dificuldades o companheirismo entre a família e animal aumenta. No livro, o jornalista narra com mais detalhes o difícil momento de dizer adeus ao velho amigo.
Quinta dica: “O animal não tem como falar o que sente. Marley era um cachorro idoso, estava sofrendo bastante e tinha vários tipos de problemas. A escolha que seu dono fez é muito sofrida, mas é um grande ato de amor”, conclui a Veterinária Solidária, Ana Lúcia Geraldi.
O jornalista John Grogan, com sensibilidade transformou a convivência com o “pior cão do mundo”, como ele brincava, em um grande fenômeno. E você, já pensou em contar para alguém as situações únicas envolvendo seu(s) bicho(s) no dia-a-dia? Compartilhe com o Notícias da ARCA a sua história!